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Mais Abraços // Quinta-feira 12 Dezembro, 2024 // #bebe, #comportamento, #saúde
Cuidar de um bebê high need pode ser uma experiência intensa e desafiadora, mas também repleta de oportunidades para construir um vínculo profundo e significativo. Afinal, esses bebês, com suas necessidades elevadas de atenção e carinho, exigem uma abordagem sensível e acolhedora, que respeite suas particularidades.
O termo "bebê high need" foi cunhado pelo pediatra norte-americano William Sears para descrever bebês que precisam de mais atenção, contato e paciência do que o habitual. Sears teve uma experiência assim com um de seus filhos (são oito, no total), descrita nos best-sellers "The Baby Book" e "The Fussy Baby Book" (sem tradução no Brasil).
Expressões como bebê hiperativo e bebê inquieto também são usadas para se referir aos bebês high need. É importante lembrar que esses traços não definem a criança de forma negativa, mas apenas indicam que ela possui necessidades diferentes que exigem uma abordagem específica.
Para entender melhor, podemos pensar nos bebês high need como aqueles que possuem um conjunto de características intensas, como uma sensibilidade emocional mais aguçada e uma energia elevada.
Em geral, é um bebê inquieto, que pede mais colo, tem dificuldades em dormir sozinho e sente com mais intensidade a necessidade de proximidade com os cuidadores.
Os bebês high need apresentam sinais bem específicos, e conhecer essas características pode ajudar os pais a compreender melhor suas necessidades e adaptar suas rotinas. Vale lembrar, porém, que "bebê de alta demanda" não é uma condição médica, e todos os pequenos têm momentos de agitação.
Só porque seu bebê está chorando muito, não quer dizer que ele seja high need!
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As características associadas ao termo "high need" são apenas indicadores de que, no espectro do comportamento infantil, o seu bebê pode estar no lado com maiores necessidades. Algumas das características mais comuns, segundo a definição de Sears em seus livros e no site Ask Dr Sears, incluem:
Intensidade: bebês high need costumam expressar suas emoções de forma intensa. Isso se manifesta tanto nas necessidades físicas, como fome ou sono, quanto nas emocionais, como busca por afeto.
Sensibilidade à separação: eles podem se mostrar mais desconfortáveis quando estão distantes dos pais ou cuidadores. Bebê chorando muito ou demonstrando agitação com frequência nessas situações podem ser sinais.
Dificuldade para dormir sozinho: o sono é um aspecto sensível para esses bebês, que geralmente preferem dormir perto dos pais e acordam com mais facilidade.
Alta energia: bebês de alta demanda são frequentemente muito ativos e podem parecer incansáveis. Movimentam-se bastante e, muitas vezes, resistem ao relaxamento e ao descanso.
Inquietude: essa característica se manifesta em constantes movimentos e uma resistência a ficar parado. É um bebê muito agitado, o que pode ser interpretado também como sendo um bebê hiperativo.
Necessidade de contato constante: muitos bebês high need choram e demonstram grande necessidade de colo, preferindo o aconchego e a segurança dos pais.
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Reconhecer um bebê high need exige observar como ele reage ao ambiente e às situações comuns do dia a dia. Se o seu bebê chora muito e só quer colo, demonstra insatisfação com facilidade ou parece estar em constante estado de alerta, ele pode ter um perfil high need.
No entanto, é importante entender que "high need" não é um diagnóstico clínico, mas uma forma de descrever comportamentos comuns em bebês que demandam mais atenção e proximidade. Apesar de ser uma maneira útil de compreender as necessidades do bebê, o termo não deve se transformar em um rótulo rígido ou permanente.
As características de um bebê high need podem variar ao longo do tempo, conforme ele cresce e se desenvolve. Encarar o termo "high need" com flexibilidade pode ajudar os pais a lidarem melhor com as demandas diárias, respeitando o ritmo de desenvolvimento do bebê e promovendo um ambiente seguro e acolhedor.
Proporcionar um ambiente saudável para um bebê high need envolve adotar uma abordagem acolhedora e respeitosa em relação às suas necessidades – e por isso o criador do termo, William Sears, defende a chamada criação com afeto.
Segundo o pediatra norte-americano, à medida que o bebê cresce, é importante incentivar a autonomia de forma gradual, permitindo que ele explore o ambiente ao seu redor e se sinta confortável em diferentes situações.
Promover interações sociais positivas é fundamental. Isso pode ser feito apresentando o bebê a outras crianças e adultos, para que ele desenvolva habilidades sociais ao longo do tempo. Ensinar essas habilidades de forma lúdica e natural ajuda o bebê a se relacionar com os outros sem depender exclusivamente da presença dos pais.
Adaptar o ambiente em que o pequeno vive pode fazer uma grande diferença. Criar um lar seguro para o bebê, tranquilos e com estímulos adequados permite que o seu filho se desenvolva de forma saudável, respeitando seu ritmo natural.
É importante ressaltar que muitas crianças que apresentam características de alta demanda tendem a se ajustar e a mostrar comportamentos mais tranquilos à medida que se tornam mais velhas, geralmente por volta dos 2 a 3 anos de idade. No entanto, cada criança é única, e alguns podem levar mais tempo para encontrar esse equilíbrio.
Essa abordagem não só facilita o desenvolvimento da criança, mas também fortalece o vínculo entre pais e filhos, promovendo uma base sólida para um futuro saudável.
Lidar com um bebê high need pode exigir paciência, flexibilidade e autocuidado. Algumas estratégias que podem ajudar a tornar esse processo mais leve, listadas no site e nos livros do criador do termo, o pediatra William Sears, incluem:
Estabeleça uma rotina de contato próximo: use o sling ou carregadores ergonômicos, principalmente se seu bebê chora muito e só quer colo.
Ajuste as expectativas de sono: bebês high need tendem a acordar com mais frequência. Tente criar um ambiente calmo e confortável, sem exigir que o bebê durma sozinho ou por períodos prolongados logo de início.
Desenvolva rituais calmantes: músicas suaves, conversas em tom baixo e massagens podem ajudar a criar um ambiente de relaxamento.
Pratique a aceitação: reconhecer as necessidades do bebê e entender que a fase de alta demanda não é permanente pode trazer tranquilidade ao dia a dia.
Divida as tarefas: compartilhe as demandas com o parceiro, familiares ou rede de apoio, o que ajuda a reduzir o cansaço.
Além disso, evitar comparações com outras crianças é fundamental, pois cada uma tem seu próprio ritmo e necessidades específicas. Em vez de comparar, tente buscar apoio em relatos de outras famílias ou conversas com cuidadores de bebês de alta demanda.
Muitas vezes, conhecer histórias semelhantes pode oferecer um conforto valioso e trazer a sensação de que você não está sozinho nessa jornada.
Cuidar de um bebê muito agitado pode ser emocional e fisicamente desafiador, e preservar a saúde mental de quem assume essa responsabilidade é essencial para o bem-estar de toda a família. Embora as demandas sejam muitas vezes direcionadas às mães, é fundamental que os cuidados sejam uma responsabilidade compartilhada entre todos os membros da família.
O pai ou parceiro precisa estar igualmente envolvido, assumindo um papel ativo no cuidado do bebê e dividindo as tarefas de maneira equilibrada. Essa abordagem não apenas reduz a sobrecarga emocional para a mãe, mas também fortalece o vínculo entre o bebê e os dois pais, além de permitir uma relação mais saudável e cooperativa no casal.
Uma rede de apoio ampliada, como familiares e amigos, também pode ser um recurso essencial para preservar a saúde mental. Não hesite em pedir ajuda quando necessário, seja para um breve momento de descanso ou para compartilhar as responsabilidades do dia a dia.
Contar com pessoas de confiança ao redor pode aliviar a sensação de isolamento e dar uma pausa necessária aos cuidadores principais, que assim podem recuperar as energias.
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Outro ponto importante é reservar tempo para si mesmo sempre que possível. Mesmo pequenas pausas podem fazer uma grande diferença no bem-estar emocional. Esse tempo para autocuidado ajuda a reforçar a resiliência e oferece uma perspectiva mais equilibrada, possibilitando lidar com os desafios com mais paciência.
Se a carga emocional se tornar insuportável, procurar a ajuda de um profissional pode ser uma boa opção. Terapeutas oferecem ferramentas para lidar com o estresse e um espaço seguro para expressar suas emoções. Cuidar de si mesma é essencial para garantir que você esteja presente e disponível para o seu filho.
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