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Mais Abraços // Terça-feira 28 Janeiro, 2025 // #dicas, #cuidados, #desenvolvimento, #bebê
Quem acompanha “mães perfeitas” nas redes sociais não pode se enganar, pois essa não é a realidade da maioria. A verdade é que, durante longas jornadas de trabalho e inúmeras tarefas em casa, é comum a mãe ter um bebê viciado em tela e que passa horas do dia olhando para o celular ou tablet.
Neste cenário, a criança com celular pode ser uma forma prática de se entreter ou ficar mais calma, enquanto cuidamos das demandas do dia a dia e, muitas vezes, não temos uma rede de apoio para ajudar na rotina.
Mesmo que as telas pareçam aliadas em momentos de cansaço ou sobrecarga, o uso excessivo pode trazer impactos negativos no desenvolvimento dos pequenos.
Portanto, o bebê viciado em telas já é uma realidade no Brasil e nós te contamos aqui um pouco dos riscos, limites recomendados, o tempo de uso de tela por idade e como proteger nossos filhos dessa exposição sem culpa, buscando um equilíbrio saudável.
Afinal, qual é o impacto da exposição a telas no desenvolvimento infantil? O uso do celular para crianças pode afetar diversas áreas do desenvolvimento, pois os primeiros anos de vida são os mais importantes para a formação das habilidades físicas, emocionais e cognitivas.
A psicóloga Fabíola Luciano conta que esses impactos são imensos, especialmente nessa fase tão inicial de evolução da criança. E isso desencadeia um efeito cascata, com dificuldade de desenvolvimento no início da vida, impactando todo o resto da formação.
Quando falamos em bebê viciado em tela, estamos lidando diretamente com o desenvolvimento físico, bebês expostos a telas por longos períodos tendem a ser mais sedentários, e em casos mais graves, essa dependência pode causar até obesidade infantil.
“Pode acontecer atraso no desenvolvimento motor por conta do uso excessivo de telas. O trabalho da criança é brincar, é fazer força física para brincar e explorar... se essa criança fica muito tempo em frente as telas, será um limitador para que ela possa explorar a curiosidade e as brincadeiras que são fundamentais para ela construir esse desenvolvimento motor”.
Ou seja, o tempo de tela pode substituir atividades essenciais, como brincar livremente, ouvir histórias e explorar o ambiente, fundamentais para o aprendizado e a imaginação.
Com relação ao desenvolvimento social, a interação com telas reduz o contato com outras pessoas, dificultando o aprendizado de habilidades sociais, como empatia e comunicação verbal.
E isso inclui a linguagem, já que os adultos são a principal fonte de informação e aprendizagem de fala dos bebês, com a tela substituindo esse cenário, a criança fica restrita ao conteúdo e vocabulário que está sendo reproduzido ali.
Por fim, mas não menos importante, o bebê viciado em tela tem mais dificuldade do desenvolvimento emocional, já que pode ficar mais irritado e menos tolerante a frustrações, pois se acostuma com estímulos imediatos.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tempo de tela deve ser rigorosamente controlado nos primeiros anos de vida para garantir um desenvolvimento saudável. Veja as recomendações no detalhe:
Bebês de 0 a 2 anos: o uso de telas deve ser evitado completamente, exceto para chamadas em vídeo com familiares, que podem promover interação social;
Crianças de 2 a 5 anos: o tempo de tela deve ser limitado a 1 hora por dia, sempre com conteúdo de qualidade e com a presença de um adulto para orientar e mediar o uso;
Crianças de 6 a 10 anos: o tempo deve ser de no máximo 2 horas por dia, com prioridade para conteúdos educativos e atividades que incentivem o aprendizado.
“É claro que atender a essas recomendações depende de muitas coisas neste universo da parentalidade. Se essa família tem rede de apoio, como funciona o trabalho, como funciona a dinâmica..., mas é uma referência importante porque, se a SBP orienta desta forma, significa que tem estudo e tem motivo para que esses tempos de tela na infância sejam respeitados”. – Fabíola Luciano, psicóloga.
Já ouviu aquela história de que somos um espelho na criação dos nossos filhos? Os motivos de existir bebê viciado em tela passam muito pelo dia a dia da família com um todo.
Então, pode ir desde a praticidade, em que muitos pais usam as telas para entreter ou acalmar os bebês durante refeições, viagens ou momentos de estresse, mas também a falta de tempo, em que as telas viram uma “babá digital” dos pequenos enquanto os pais realizam outras tarefas.
Mas, também precisamos levar em consideração a cultura digital que fomos inseridos nos últimos tempos. Imagine só: como esperar que um bebê, que não consegue explicar ainda sobre o que está sentindo, se sinta compreendido enquanto todos em sua volta estão mexendo no celular?
Então, em um mundo conectado, é comum que os bebês sejam apresentados às telas muito cedo, imitando o comportamento dos adultos ou irmãos mais velhos.
Prevenir casos de bebê viciado em tela é, sim, desafiador em um mundo digital, mas não é impossível. Algumas dicas podem ajudar a substituir esse momento de conexão digital com mais conexão de contato.
Aqui vão 5 delas que podem te ajudar:
Ofereça alternativas de entretenimento: brinquedos educativos, livros interativos e brincadeiras no chão são opções que estimulam o desenvolvimento e a criatividade;
Reserve tempo de qualidade: dedique momentos para brincar, cantar, contar histórias ou simplesmente conversar com o bebê, fortalecendo o vínculo afetivo;
Evite telas durante as refeições e antes de dormir: esses momentos devem ser calmos e livres de distrações. A exposição noturna às telas também prejudica a qualidade do sono;
Seja um bom exemplo: os bebês aprendem por observação. Reduza seu próprio uso de telas na presença deles para mostrar que há outras formas de passar o tempo;
Estabeleça limites claros: se a tela for usada, opte por conteúdos educativos, com supervisão e por um tempo controlado.
Pequenas mudanças podem fazer uma grande diferença na saúde e no desenvolvimento do seu bebê e, apesar da questão de o vício em telas ser cada vez mais comum, com um pouquinho de atenção sobre o assunto, dá para evitar bastante o uso e criar momentos com tempo de qualidade entre a família e o bebê.
E não se esqueça: os primeiros anos de vida são um período único e essencial para o desenvolvimento infantil. Investir em momentos de qualidade, brincadeiras e interações reais é a melhor forma de ajudá-los a crescer felizes e saudáveis.
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